Temos uma ótima notícia para você: estamos no início de uma nova e melhor era da internet.
O que é a Web 3?
- A nova era da internet que se baseia nas capacidades de leitura, escrita e propriedade.
- Alguns temas-chave da Web 3 são: resistência à censura, propriedade de dados, modelos de identificação digital e meios de pagamento disruptivos.
- O desafio: educação sobre as características e implicações dessa nova era da internet.
Para entender a Web 3, vamos explicar, dividindo em períodos, o que tem sido a internet ao longo da história.
Web 1.0: pode-se dizer que ocorreu entre os anos 1990 e 2004, quando Tim Berners-Lee desenvolveu protocolos abertos que permitiam compartilhar informações de qualquer lugar do mundo. Os sites da web eram estáticos e a interação com os usuários era praticamente nula, ou seja, o único serviço que costumavam oferecer era a leitura.
Web 2.0: começou em 2004, quando as plataformas de mídia social apareceram. Assim, evoluiu para um domínio de leitura e escrita.
Esse é a web que conhecemos hoje, na qual as empresas, em vez de apenas fornecer conteúdo aos usuários, começam a criar plataformas para compartilhar conteúdo gerado por pessoas e incentivar interações entre usuários.
A Web 2.0 também deu origem ao modelo de lucro por publicidade, permitindo que até mesmo os usuários se beneficiassem com a criação de conteúdo.
Web 3.0: o conceito por trás dessa nova fase foi concebido pelo cofundador da Ethereum, Gavin Wood, após o lançamento desta rede em 2014. Seu objetivo é resolver o problema que muitas pessoas sentem ao adotar criptomoedas: a internet exigia muita confiança em terceiros. A web que as pessoas conhecem e usam hoje envolve confiar em muitas empresas privadas.
A Web 3 tornou-se um termo genérico para a visão de uma internet nova e melhor. A ideia é usar blockchain, criptomoedas e NFTs para devolver o poder em forma de propriedade aos usuários.
Se a Web 1 consistia somente leitura, a Web 2, em leitura e escrita, a Web 3 é composta por leitura, escrita e propriedade.
Alguns princípios básicos do Web 3
- Descentralizada, ou seja, em vez de grandes porções da internet controladas por entidades centralizadas, a propriedade é distribuída entre criadores e usuários.
- Não exige permissão. Todos têm o mesmo acesso para entrar na Web 3 e ninguém é excluído.
- Pagamentos nativos. Um recurso muito interessante, pois usa criptomoedas para gastar e enviar dinheiro on-line, em vez de depender da infraestrutura dos bancos e processadores de pagamento tradicionais.
Características
- Propriedade: fornece propriedade direta de ativos digitais de uma maneira inédita. Por exemplo, ao adquirir um NFT que faz parte de um jogo, ninguém, nem mesmo os criadores do mesmo, tem o poder de tirar a propriedade de você. E se um dia você parar de jogar, poderá vender ou trocar seus itens do jogo em mercados abertos e recuperar seu valor.
- Resistência à censura: seus dados ficam na blockchain. Quando uma pessoa decide abandonar uma plataforma, pode levar sua reputação consigo e conectá-la a outra interface que se alinhe mais aos seus valores. A Web 2 exige que os criadores de conteúdo confiem nas plataformas para não alterar as regras, mas a resistência à censura é um recurso nativo de um aplicativo da Web 3.
- Identidade: muitas plataformas no Web 2, para criar uma conta, exigem que você confie nelas para gerenciar suas informações de identificação pessoal. A Web 3 resolve esses problemas, permitindo que você controle sua identidade digital com um endereço de carteira para fornecer um início de sessão único de todas as plataformas, que é seguro, resistente à censura e anônimo.
- Pagamentos nativos: os pagamentos na Web 2 são baseados em bancos e processadores de pagamento tradicionais, o que exclui pessoas sem contas bancárias. A Web 3 usa tokens para enviar dinheiro diretamente no navegador e não requer terceiros.
Limitações da Web 3
Além dos benefícios da nova web, ainda existem diferentes limitações a serem corrigidas. O ecossistema dessa nova etapa precisará abordá-las para prosperar.
- Acessibilidade: em países com menor desenvolvimento econômico, as transações são caras e nem todos podem arcar com os preços. Esses desafios são resolvidos por meio de atualizações de rede e soluções de dimensionamento de camada 2 ou L2, que consiste em criar uma solução sobre (por exemplo) a rede Ethereum; uma rede cara que agrupa várias transações liquidadas de uma só vez e não individualmente. Nesse sentido, a Arbitrum é a solução mais conhecida (e opera justamente a rede Ethereum).
- Experiência do Usuário: do ponto de vista técnico, a barreira para os usuários ainda é muito alta. Os usuários devem entender os tópicos de segurança, entender a documentação técnica e aprender a navegar por interfaces de usuário desconhecidas até agora.
- Educação: a Web 3 introduz novos paradigmas que exigem o aprendizado de modelos mentais diferentes dos usados hoje na Web 2.
- Infraestrutura da Web 2: a evolução e criação da Web 3 está em seus primórdios, por outro lado, a infraestrutura da Web 2 ainda está de pé, funcionando e é utilizada na grande maioria dos sites da web. Isso certamente pode ser um desafio para a Web 3 e sua implementação em massa.
Mas não é caso de assustar ou imaginar cenários complicados. A Web 3 não é difícil, mas é diferente. Em sua página oficial, o Ethereum tem artigos explicativos para que as pessoas possam entender essa nova etapa da internet.
Web 2.0 | Web 3.0 |
O Twitter pode censurar qualquer tweet ou conta de qualquer pessoa. | Tweets ou contas não podem ser bloqueadas porque seu controle é descentralizado. |
Gateways ou serviços de pagamento podem recusar ou não permitir operações. Por exemplo: devido a restrições governamentais. | Os aplicativos ou serviços de pagamento na Web 3 não exigem dados pessoais, nem podem ser rejeitados pelo fato do usuário morar em um país que aplique restrições econômicas. |
Servidores centralizados podem cair e afetar usuários e clientes da plataforma. | Os servidores da Web 3 não podem cair, pois usam a blockchain como uma rede descentralizada de milhares de computadores como servidor de seu dApp. |
Um futuro descentralizado
Sabemos que a Web 3, ou 3.0, é um ecossistema jovem, em desenvolvimento e em evolução. De acordo com um artigo da AltCoinBuzz, Chris Dixon, sócio-diretor e fundador do setor de cripto da empresa do investidor Andreessen Horowitz, "a Web 3 está entrando em sua era de ouro com novos talentos, infraestrutura sustentável e experiência coletiva que trará inovação e crescimento". Dixon e a empresa, que está investindo US$ 4,5 bilhões em um fundo cripto, estão totalmente confiantes no que está por vir: "acreditamos que as blockchains impulsionarão o próximo grande ciclo da informática".
No ano passado, houve o maior interesse em criptomoedas já visto, com soluções de dimensionamento da camada 2, experimentos massivos com novas formas de governança e revoluções na identidade digital.
É claro que toda novidade pode gerar medo, desconfiança e até rejeição. No entanto, à medida que todos os conceitos Web 3, como os mencionados aqui, começarem a ganhar força, se tornar cotidianos e forem acompanhados por melhorias nas infraestruturas, começaremos a falar da nova internet; uma web que será brilhante e, acima de tudo, propriedade absoluta dos usuários e criadores, sem a necessidade de entidades centralizadas responsáveis pelo trafego de informações sensíveis e conteúdos pessoais.
Da nossa parte, aqui da CryptoConexión, continuaremos fazendo relatos sobre a Web 3 e seus avanços para capacitar você a participar da próxima fase da Web.